Oeiras
O concelho de Oeiras, situado entre os concelhos de Lisboa, Amadora, Sintra e Cascais e confinando com o estuário do Tejo, a Sul, é um dos 18 concelhos que constituem a Área Metropolitana de Lisboa, detendo 1,6% da superfície e 6.1% da população metropolitana em 2011 (INE- dados provisórios).
A abertura em anfiteatro sobre o estuário do Tejo, dá-lhe a temperança dos ventos húmidos e o desafogo de um horizonte quase sempre marcado pelas águas entre rio e oceano. A riqueza dos solos, hoje menos recordada, e a proximidade a Lisboa destinaram-no, desde cedo, a um papel notável na envolvente da capital.
Se a ocupação do território está registada desde a pré-história, é com a época das Descobertas que Oeiras vê crescer a sua importância como celeiro de Lisboa e como localização industrial: Fábrica da Pólvora de Barcarena, exploração de pedreiras e de cal. A necessidade de defesa, por outro lado, criou um cordão de Fortes sobre a costa, enquanto no interior, alguns Conventos de ordens religiosas participavam na organização do território, como é de resto usual nesses tempos de incerteza política.
O concelho, criado em 1759 por Carta Régia de D. José I, tem como 1º Conde de Oeiras, o Ministro do Rei Sebastião de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, facto com importância determinante no futuro do concelho tanto no que se refere ao enriquecimento urbanístico das vilas ribeirinhas, como à prosperidade do território rural onde sobressai, para além da demarcação da vinha de Carcavelos, o surgimento de numerosas quintas à semelhança da própria Quinta do Marquês de Pombal, cujos vestígios são uma das originalidades marcantes do património histórico concelhio.
O século XIX foi determinante para Oeiras. Com a extinção das ordens religiosas, os Conventos tal como os Fortes passaram a centros de interesse crescente para o veraneio da classe burguesa de então, ao mesmo tempo que se multiplicam as casas apalaçadas, os chalets e as moradias, enriquecendo-lhe o perfil de uma “pequena Riviera” às portas de Lisboa.
No século XX, a vocação para o lazer, desta feita de cariz mais popular, acentua-se por via do desenvolvimento dos meios de transporte, eléctrico e comboio, que passam a ligar facilmente o concelho de Oeiras a Lisboa. Paralelamente, a indústria floresce com a instalação, na primeira metade do século, de grandes unidades fabris como a Fundição de Oeiras e a Lusalite.
A partir dos anos 40/50 Oeiras será profundamente influenciado pelo crescimento de Lisboa feito à custa da imigração de populações do interior do país que procuravam, neste e noutros concelhos vizinhos da capital, condições de fixação mais favoráveis, do ponto de vista económico.
Mas hoje, vão longe os tempos de concelho-dormitório, de dependência económica de Lisboa e da indiferença carismática de uma situação suburbana, comum, aliás, a todos os concelhos da envolvente de Lisboa, e que tem vindo a ser superada até aos nossos dias, particularmente no concelho de Oeiras, por via de medidas de política nacional, regional e local.
Oeiras constituiu-se, nos anos 80 e 90 do século passado, como pólo económico autónomo na Área Metropolitana de Lisboa onde atualmente e segundo o último Censo (dados provisórios) aí vivem 172.063 habitantes, a maior parte dos quais também aí trabalhando, predominantemente em actividades terciárias de forte dominante tecnológica.
No final do século XX, Oeiras já ocupava a primeira posição económica na Área Metropolitana, depois de Lisboa, o que significa, no início do século XXI (2003/2004), entre outros: a mais elevada proporção de emprego em sociedades maioritariamente estrangeiras e em actividades de Tecnologias de Informação e Comunicação, na Área Metropolitana de Lisboa; o ganho médio mensal mais elevado do país. Em 2005 detinha o segundo índice de poder de compra mais elevado do país, depois de Lisboa, e em 2006, era o 3º concelho, no país, com lucro tributável para derrama mais elevado, depois de Lisboa e Porto.
Este quadro económico é o resultado de uma estratégia de desenvolvimento municipal em que a principal aposta se refere à mudança de orientações para o sector económico, no sentido da economia do conhecimento, com especial incidência nas actividades ligadas à Ciência e Tecnologia, C&T, nomeadamente às Ciências da Vida, e às novas tecnologias de informação e comunicação, TIC.
A organização do território do concelho reflecte também o sentido das novas orientações de desenvolvimento. Assim, a maior parte do novo universo empresarial passa a estar organizado em Espaços Empresariais onde se evidenciam o Taguspark, como Parque Científico e Tecnologia, e os Business Park como o Arquipark, a Quinta da Fonte e Lagoas Park, com forte especialização no sector das TIC.
No conjunto, estes novos Espaços Empresariais, aos quais devemos acrescentar o campus da Quinta do Marquês (área do futuro Laboratório de Investigação Agrária, L-INIA, ex-Estação Agronómica) onde estão incluídos Institutos de Investigação ligados às Ciências da Vida como o Instituto Gulbenkian de Ciência, representam cerca de 30.000 empregos.
As áreas empresariais mais tradicionais, como Carnaxide/Linda-a-Velha, Queluz de Baixo e Outurela/Portela, Oeiras e Paço de Arcos contabilizam mais de 35.000 postos de trabalho.
No universo das Grandes Empresas Portuguesas, ainda que só 4% das empresas do concelho estejam incluídas nesta “classe”, o seu peso, quanto ao emprego gerado e volume de negócios, é maioritário no concelho – 70%.
Assim, considerando a presença dominante da Economia do Conhecimento, com tudo o que implica desde a base TIC à crescente dimensão da Investigação Científica de Excelência, o peso das Grandes Empresas, a dinâmica institucional, a oferta crescente na cultura e no desporto/lazer, a transformação das estruturas tradicionais e a qualificação dos equipamentos, pode-se definir Oeiras como “Espaço Europeu que faz o futuro atractivo e competitivo”. De resto, o Município foi distinguido em 2010, pelo segundo ano consecutivo, como o melhor concelho para se trabalhar, galardão atribuído pelo Great Place to Work Institute Portugal.
O futuro quer-se também sustentável e promissor para a comunidade e para as gerações vindouras, e neste aspecto, o Concelho de Oeiras foi o primeiro a nível nacional a comprometer-se com as recomendações da Cimeira do Rio para um desenvolvimento sustentável, que se concretizaram na Agenda 21 Local de Oeiras – Oeiras XXI – que decorreu entre 2001 e 2005. Um instrumento para promover a reflexão e um envolvimento activo dos cidadãos, com vista a promoção de estratégias e acções de sustentabilidade local. Neste momento está a decorrer a implementação da 2ª Fase, Oeiras 21+, que teve início em 2008 e tem como prazo temporal 2013.
O fruto desta estratégia para um desenvolvimento sustentável, resultou, por exemplo, na presença de Oeiras na criação da Rede Europeia de Cidades de Turismo Sustentáveis, que tem como objectivo reconhecer que o turismo, quando sustentável, ocupa um papel fundamental na preservação do património local e na valorização do território. A Rede assenta na cooperação e troca de experiências criando condições para enfrentar os desafios globais do crescimento económico, da inovação, mas também da luta contra as alterações climáticas.
(in: www.cm-oeiras.pt)